domingo, 15 de julho de 2012

DC COMICS DO ZERO

Editora norte-americana reinicia sua linha de quadrinhos. Mais uma vez.


Para quem não sabe, a DC Comics é uma das maiores editoras de quadrinhos dos EUA. Concorrente direta da Marvel Comics, ela é a responsável pela publicação de heróis como Batman, Superman, Mulher-Maravilha, Lanterna Verde, Flash e etc e por muito tempo esteve em segundo lugar nas vendas de histórias em quadrinhos na terra do Tio Sam, logo atrás da toda poderosa Marvel.

Agora imagine uma editora que publica títulos como Superman há mais de 70 anos. A mistura de centenas de histórias e muitos (muitos, mesmo!) escritores diferentes faz com que fique extremamente difícil manter todos os detalhes em total acordo. Por isso e principalmente para alavancar suas vendas e deixar as histórias mais acessíveis para as novas gerações de leitores, a DC Comics decidiu reiniciar tudo: histórias, origens, encontros etc. Não é exatamente a primeira vez que a editora toma essa iniciativa. Os denautas (fãs da DC) de longa data já viram isso acontecer após "Crise Nas Infinitas Terras", "Zero Hora", "Crise Infinita"... Basicamente, cria-se uma mega saga onde muitos heróis e vilões morrem e logo em seguida eles zeram tudo. Mas o que fazer com as histórias já lançadas? Inicialmente, devemos simplesmente esquecê-las. Porém, podemos esperar que a editora volte atrás e nos revele que elas ocorreram, sim, mas em um universo paralelo. 

Dessa vez, a saga que zerou tudo foi "Flashpoint", chamada no Brasil de "Ponto de Ignição". Nela, o personagem Flash (Barry Allen) viaja no tempo para impedir que o Flash Reverso cometa um crime que afeta Barry de forma pessoal. No entanto, nessa viagem temporal o herói acaba criando uma realidade alternativa na qual os heróis que conhecemos são bem diferentes de suas "cópias originais". Após as cinco edições de "Ponto de Ignição", a DC começa tudo de novo, com uma janela de cinco anos cronológicos, o que significa que Batman, Superman e cia estão na ativa há apenas cinco anos. A editora lança os "Novos 52", cinquenta e duas novas séries que devem contar o início de todos os heróis da editora.



SUPERMAN Nº1
Inicialmente o carro forte da editora lá em sua Era de Ouro, em seu novo número 1 vemos um Clark Kent em início de carreira. O personagem ainda é jovem e inexperiente (lembrando muito o Superboy) e ainda não domina todos os seus poderes plenamente. O Homem de Aço também vem com um visual mais despojado: uma camiseta com o famoso símbolo, uma capa vermelha, jeans e sapato. Nada daquela sunga vermelha por cima da calça e nada de Lois Lane também. Okay, ela faz sua aparição, mas ainda teremos um longo caminho até o casamento. O herói também abandona aquela imagem de bom moço ao mostrar um certo desrespeito com as leis e não hesitar em causar medo com seus poderes. Infelizmente, com esse reboot, devemos fingir que excelentes histórias, como "A Morte do Super-Homem", nunca existiram. Nessa primeira edição ainda temos a Supergirl se descobrindo como heroína (e vamos dar vivas por não existir o tal casamento com Luthor!).


BATMAN Nº1 & A SOMBRA DO BATMAN Nº1 
O universo de Batman foi o que menos sofreu alterações com o reboot da editora. A dupla dinâmica que continua em operação é aquela que estava em atividade antes de "Ponto de Ignição": Bruce Wayne como Batman e Damian (filho de Bruce com Thalia Al Ghul) como Robin. Os três "Robins" anteriores não são ignorados aqui: Dick Grayson, Jason Todd e Tim Drake existiram. Apesar da tentativa de deixar o herói mais jovens e modernos, Bruce Wayne continua com sua atitude ranzinza. Mas esse é o charme do personagem, certo? Vale notar a influência dos filmes mais recentes nas novas histórias: o uniforme do Batman é uma armadura muito semelhante àquela usada pelo herói nas telonas e o Coringa apresenta uma personalidade mais insana, assim como uma maquiagem similar a do personagem interpretado por Heath Ledger.


LIGA DA JUSTIÇA Nº1
Na primeira edição, apesar da capa enganosa que nos mostra toda a equipe, temos o encontro de Batman e Lanterna Verde. E esse realmente é o primeiro encontro. O Lanterna que temos aqui é Hal Jordan (esqueceremos a fase Parallax), mas sua personalidade se assemelha mais a de Kyle Rayner. Nessa primeira história, Batman e Lanterna trabalham juntos (na medida do possível) na investigação de uma possível ameaça alienígena - o que os leva a procurar o kryptoniano, afinal, ele também é um alienígena e deve ter algo a ver com o que está acontecendo. Superman aparece aqui com um uniforme mais elaborado: uma mistura de seu uniforme clássico com armadura. Também vemos Victor Stone, o futuro Ciborgue, ainda sem sua futura transformação. Aparentemente, o herói não passará pelos Novos Titãs nesse universo reformulado.


UNIVERSO DC Nº1

Revista de 156 páginas que traz aventuras de vários heróis da editora: Aquaman, Gavião Negro, Nuclear, Senhor Incrível, Mulher Maravilha e outros. Todos se apresentam mais jovens, sem sequelas de histórias anteriores (muitos sentirão falta do gancho de Aquaman e de sua personalidade mais agressiva) e as histórias prometem agradar tanto os leitores antigos quanto os novos.





 LANTERNA VERDE Nº1 

O heróis que mais divide opiniões dos leitores - alguns amam os lanternas, outros odeiam - segue com sua publicação mensal no Brasil. Aqui, continuamos com Hal Jordan como o lanterna responsável pela Terra, mas também temos histórias de Guy Gardner e John Steward. Em edições já publicadas nos EUA, foi Alan Scott, um dos primeiros lanternas, que chamou mais a atenção nesse reboot ao sair do armário e assumir sua homossexualidade nesse universo repaginado da DC.





E, apesar dos Novos 52 estarem chegando no Brasil só agora (na verdade, as edições número 1 foram publicadas em junho), nos EUA o sucesso foi garantido. Com as cinco primeiras edições, a DC Comics ultrapassou a toda poderosa Marvel nas vendas e deu novo pique aos heróis da editora. O sucesso de "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge" nos cinemas certamente contribuirá para as vendas da editora. Só nos resta esperar que eles finalmente acertem a mão com o novo filme do Superman e, quem sabe, poderemos ter uma aventura da Liga da Justiça que possa rivalizar com "Os Vingadores". É esperar para ver o rumo da DC Comics com essa audaciosa estratégia!

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